O brand bidding, também chamado de roubo de palavras-chave ou sequestro de palavras-chave, é uma prática fraudulenta na qual uma empresa se apropria de keywords de uma marca concorrente para promover o próprio negócio na web por meio de links patrocinados. Essa prática ganhou visibilidade assim que a briga judicial relativa a este assunto entre Magalu e Via (Via Varejo), dona da Casas Bahia e Ponto, ganhou destaque na mídia recentemente.
Para quem não está por dentro, no final de janeiro de 2022, a rede varejista Magalu entrou com um processo contra a Via alegando ser vítima de brand bidding. Logo depois, a Via fez o mesmo contra o Magalu. Os dois processos seguem abertos na Justiça, mas ainda sem data para julgamento.
De acordo com o Magalu, a Via teria pago por anúncios com os termos “Magalu” e “Magazine Luiza”. Desse modo, quando procuravam tais palavras-chave no Google, os consumidores encontravam anúncios que os conduziam aos sites da Via. A Via, enfim, alega que o inverso também estava ocorrendo.
Essa prática, contudo, é mais comum do que parece. Outras empresas como a Construcolor e a Saison Resort já foram vítimas do roubo de palavras-chave, de acordo com notícia do portal Segs. Para a Justiça, ela configura uma prática desleal, sendo considerada um crime, conforme a Lei nº 9.279/96 sobre Propriedade Industrial.
O roubo de palavras-chave desvia potenciais clientes para a loja virtual concorrente de forma ilegal. Por isso, os infratores devem responder criminalmente pelo ato. Quem faz uso desta prática poderá ter que indenizar danos morais e materiais da empresa vítima, de acordo com a Lei.
COMO EVITAR O ROUBO DE PALAVRAS-CHAVE NO SEU E-COMMERCE?
Existem várias formas de evitar o brand bidding no e-commerce. Primeiramente, você deve monitorar a web em busca de possíveis ocorrências do tipo. Para fazer isso, use ferramentas como a AdPolice e Brand Monitor.
A AdPolice, por exemplo, ajuda você a identificar brand bidding por meio da monitoração de palavras-chave a cada 5 minutos em mais de 500 locais do mundo. Já a Brand Monitor promete vasculhar a web 24 horas por dia em busca de fraudes do tipo e, além disso, notificar judicialmente os concorrentes desleais.
Reclamação no Google
Se o crime estiver ocorrendo no Google é possível fazer uma reclamação por meio do formulário “Reclamação de Marca Registrada”. Preencha o formulário, envie e aguarde as providências do Google. Vale lembrar que o Google também conta com o formulário de “Autorização de Terceiros”, caso você queira autorizar um distribuidor ou revendedor a usar a sua marca nos anúncios patrocinados.
Acionamento da Justiça
Se o acionamento do Google e o acionamento jurídico do concorrente não funcionarem, então você poderá fazer um Boletim de Ocorrência (B.O.) em uma delegacia de crimes digitais. Nesse meio tempo, reúna provas de que o seu concorrente está praticando o roubo de palavras-chave da sua marca. Tire fotos, faça vídeos e prints das telas. Nesse pacote de documentos, anexe também o B.O. Guarde essas evidências e apresente-as ao seu advogado e à Justiça quando for a oportunidade.
Enfim, caso nenhuma das providências anteriores funcionarem, faça como o Magalu e a Via Varejo. Ou seja, abra um processo na Justiça. Se as provas forem boas, a Justiça reconhecerá a prática desleal, de modo que o seu concorrente deverá sofrer as penas da Lei. Muito provavelmente a Justiça determinará também uma indenização a ser paga para a sua empresa.
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