Impactos da Covid-19 no e-commerce brasileiro

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Setor adota o home office e ganha novos consumidores

Impactos da Covid-19 no e-commerce: cresce o número de pedidos online durante quarentena
Impactos da Covid-19 no e-commerce: cresce o número de pedidos online durante quarentena

Após mais de duas semanas de quarentena no Brasil é hora de verificar os impactos da Covid-19 no e-commerce. Essa doença respiratória causada pelo vírus SARS-CoV-2 (Coronavírus) tem feito vítimas em todo o mundo. Além disso, ela tem modificado o modo como as pessoas vivem e interferido drasticamente no comércio e na economia.

Para você ter uma ideia, de acordo com dados da empresa de tecnologia de geolocalização In Loco, o isolamento social no nosso país era de 16,5% no início de fevereiro de 2020. Hoje, todavia, ele é de 54%. Mas nos primeiros dias de quarentena a média nacional chegou a ser de quase 70% (vide infográfico).

Isolamento social no Brasil durante a crise da Covid-19. Fonte: inloco
Isolamento social no Brasil durante a crise da Covid-19. Fonte: inloco

Isolamento social, para quem não está por dentro, é uma prática na qual recomenda-se que as pessoas fiquem afastadas umas das outras. Isso implica que muitas delas não saiam de casa para o trabalho ou estudo, por exemplo, já que não se pode usar o transporte público e nem estar em meio à aglomerações.

Essa prática é adotada em situações de calamidade pública como a de uma epidemia ou pandemia. Neste contexto, há dois tipos de Isolamento, o vertical (voltado para um grupo seleto de pessoas) e o horizontal (recomentado para todos sem distinção). No Brasil, estamos vivenciando esta última alternativa.

Com isso, boa parte das lojas do varejo físico acaba mantendo as portas fechadas. Daí, então, os consumidores que compravam nestes lugares passam a recorrer ao comércio eletrônico. Essa mudança de hábito, por sua vez, gera problemas e oportunidades aos varejistas do ramo.


PRINCIPAIS MUDANÇAS PROVOCADAS PELA COVID-19 NO E-COMMERCE

Em geral, as principais mudanças geradas pela Covid-19 no e-commerce têm sido as seguintes:

  • Muitos consumidores que nunca haviam feito compras online agora as têm feito pela primeira vez. Sendo assim, várias categorias de lojas virtuais têm experimentado grande aumento nas vendas durante a quarentena;
  • Consumidores que antes compravam no varejo físico e no e-commerce, agora migraram quase totalmente para o comércio eletrônico. Isso, por sua vez, tem contribuído para o aumento do tráfego e das vendas em lojas online;
  • O aumento das vendas, entretanto, tem ampliado o prazo de entrega dos produtos. Isso acontece porque sistemas e operações de armazenagem e transporte do comércio eletrônico que não estavam preparados para a alta demanda agora estão sobrecarregados;
  • A compra de produtos perecíveis e de consumo rápido como alimentos e itens de higiene têm sido a prioridade dos consumidores online;
  • Boa parte dos profissionais que atuam no comércio eletrônico deixaram de comparecer aos escritórios físicos e passaram a trabalhar a partir de um e-commerce home office;
  • Lojas virtuais que experimentaram queda ao invés de aumento nas vendas apostam no frete grátis para não perder freguesia.
Como vender online quando a reclusão em casa é a ordem do dia: organize os colaboradores do seu e-commerce para o trabalho em home office
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Enfim, com o comércio físico fechado, muitos empresários têm investido na criação de uma loja virtual. Ademais, os que já possuem uma ou trabalham com multi loja, marketplace ou outro tipo de site e-commerce agora concentram seu orçamento de Marketing no setor online.


IMPACTOS DA COVID-19 NO E-COMMERCE EM NÚMEROS

Selecionei três pesquisas importantes realizadas nos últimos dias, as quais demonstram em números os impactos da Covid 19 no e-commerce. Confira (clique nos títulos caso queira acessar mais dados sobre os estudos)!

EbitNielsen

Segundo estudo do EbitNielsen, o número de novos consumidores nos e-commerces de supermercados subiu 96% nestes primeiros dias de quarentena. A pesquisa aponta aumento principalmente na compra de produtos de giro rápido.

As vendas virtuais de itens de cesta básica aumentaram 165%, os frios 106%, os hortifrutigranjeiros 93%, as carnes 59% e os produtos de padaria 52%. O prazo médio das entregas também subiu de 12 para 19 dias.

ABComm / Extra

A pesquisa ABComm / Extra, por sua vez, aponta aumento de 30,5% em pedidos e 28% em faturamento no varejo online em relação ao mesmo período do ano passado. As categorias com maior crescimento foram PetShop com 99,8%, Alimentos e Bebidas 110,8%, Saúde 111%, Beleza e Perfumaria 83%.

NZN Intelligence

Conforme o estudo NZN Intelligence, 71% dos brasileiros pretendem aumentar o volume de compras online. O foco das compras serão as categorias de Higiene para 80% dos entrevistados, Alimentos e Bebidas (72%), Medicamentos (63%), Serviços de Streaming (46%) e Cursos Online (40%).

Covid-19 gera mais vendas no e-commerce e sobrecarrega sistemas de logística e entrega
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RELAÇÃO ENTRE DESEMPREGO, COVID-19 E E-COMMERCE

A taxa de desemprego no Brasil subiu para 11,6% no mês de fevereiro de 2020. Desse modo, mais de 12 milhões de cidadãos estão desocupados no país. Com a crise do Coronavírus, a tendência é que essa situação se agrave nos próximos meses.

Neste cenário, uma das soluções encontradas por muitas pessoas que outrora eram empregadas é o empreendedorismo no comércio eletrônico. Elas investem todo ou parte do dinheiro obtido de suas rescisões contratuais na criação de uma empresa e-commerce. A maioria começa com um e-commerce MEI. Outras, no entanto, fazem parcerias e apostam em algo maior como uma média empresa, por exemplo.

Seja como for, a Covid-19 mudou para sempre o jogo. Muitas empresas que agora estão descobrindo o potencial do teletrabalho via home office adotarão essa prática com mais regularidade. Novos consumidores experimentarão (na marra) o e-commerce e depois se tornarão clientes assíduos. Diversos varejos físicos migrarão para o online. Novas lojas virtuais serão implementadas. Sistemas de logística serão aprimorados. Sobrevirá quem melhor se adaptar.

Acesse e leia também o post “Como vender online em tempos de quarentena”.