Os donos de pequenas lojas virtuais dos Estados Unidos têm pago usuários anônimos para divulgar seus e-commerces nas redes sociais ao invés de contratarem influenciadores digitais celebridades para tal. A novidade é tema da reportagem “Posting Instagram Sponsored Content is the new summer job”, do The Atlantic.
De acordo com a referida matéria, os adolescentes norte-americanos costumam realizar trabalhos freelancers durante as férias de verão. Geralmente, eles atuam como cuidadores, empacotadores e em outras atividades leves, que lhes rendem algum dinheiro. Agora eles podem realizar também o serviço de conteúdo patrocinado em redes sociais como o Instagram para e-commerces diversos.
Como as pequenas lojas virtuais dos EUA têm recrutado jovens para divulgá-las?
Conforme a reportagem do The Atlantic, as pequenas lojas virtuais norte-americanas entram em contato com os adolescentes pelo aplicativo de mensagens da rede social. Às vezes, são os próprios adolescentes quem entram em contato com as empresas. Seja como for, os acertos de pagamentos e condições de divulgação são feitos online. Raramente um documento é assinado. A maioria dos contratos é feita informalmente.
A matéria cita ao menos três pequenos e-commerces que têm contratado usuários anônimos, são eles:
• Boogzel Apparel (comércio de roupas para jovens);
• Doux Lashes (comércio de cílios postiços);
• Icewise (comércio de óculos de sol, capas de telefones e mochilas).
Basicamente, ter uma conta pública no Instagram é o primeiro requisito que as empresas procuram antes de contratarem um jovem anunciante. Além disso, o adolescente precisa ter ao menos 1.000 seguidores.
Logo depois, com o trabalho feito, as empresas pagam de US$ 5,00 a US$ 50,00 por postagem para os anônimos contra no mínimo US$ 150,00 para influenciadores digitais mais renomados. Por fim, os pagamentos são realizados via PayPal.
Vantagens para os anônimos que anunciam pequenas lojas virtuais
Os adolescentes que tem atuado no ramo revelaram as seguintes vantagens, conforme a matéria já citada:
• O serviço não requer horas de dedicação. Basta publicar um post da loja;
• Pode ser feito por adolescentes que precisam estudar em tempo integral;
• Permite aprender novas habilidades como Marketing, edição de fotos, etc.
Mas não é só os jovens que ganham com isso. Os pequenos e-commerces também têm benefícios. Confira a seguir.
Vantagens para as pequenas lojas virtuais
Ao contratarem anunciantes anônimos, as pequenas lojas virtuais em expansão, que também podem ser chamadas de startups e-commerce, podem:
• Testar a viabilidade de determinados produtos no mercado de forma barata;
• Obter feedback do público-alvo com mais naturalidade;
• Conhecer a opinião sincera do público ao invés de comprar depoimentos;
• Ter melhor publicidade, pois os jovens confiam nas recomendações de amigos.
Ademais, não é nada mau conseguir algumas milhares de curtidas pagando apenas poucos dólares ao invés de contratar comerciais em grandes mídias por uma fábula.
Pequenas lojas virtuais podem contratar adolescentes no Brasil?
No Brasil, o trabalho infantil é proibido. A Lei 10.097/2000 expõe – entre outras coisas – que:
• É proibido qualquer trabalho a menores de dezesseis anos de idade, salvo na condição de aprendiz, a partir dos quatorze anos.
• O trabalho do menor não poderá ser realizado em locais prejudiciais à sua formação, ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social e em horários e locais que não permitam a frequência à escola.
Então, segundo esta lei, a contratação de adolescentes no nosso país só pode se dar por vias formais. Ela não dá margem para trabalhos freelancers. No entanto, é sabido que há muitos adolescentes e até crianças que trabalham no Brasil. Por exemplo, os pequenos atores que atuam em grandes canais de TV e/ou como modelos.
Sendo assim, antes de contratar um adolescente para trabalhos esporádicos como o de divulgar loja virtual nas redes sociais, consulte um bom advogado para saber se é possível e como proceder.